Casos de sarampo provocam alerta

08/11/2013 08:40

Casos de sarampo provocam alerta

 

Os casos de sarampo registrados em Pernambuco podem interferir na visitação de estrangeiros ao estado. O Ministério da Saúde da Argentina expediu uma recomendação, em 25 de outubro, para que turistas com destino ao Brasil, principalmente ao Recife, reforcem a vacinação da tríplice viral, que também protege contra a caxumba e a rubéola. Pernambuco ocupa hoje o topo do ranking de infecções por sarampo, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, com 104 casos registrados desde março, número 100 vezes maior do que o ano passado, que teve apenas um caso. A última confirmação ocorreu em setembro, segundo a Secretaria de Saúde do estado.


O órgão informou que a transmissão está em fase de controle após a intensificação das campanhas de vacinação. Todos os casos confirmados em Pernambuco não são de origem autóctone (com cadeia de infecção no país), tipo de contaminação considerada erradicada no Brasil. O surto teria sido provocado pelo genótipo D8, tipo viral que circula na Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e China. “O genótipo é importado. As primeiras infecções ocorreram provavelmente após contato com estrangeiros. Pernambuco está recebendo um fluxo grande de turistas e pessoas que vêm trabalhar na indústria, o que pode ter desencadeado o surto”, explicou a diretora de Controle de Doenças da secretaria, Roselene Hans.


O alerta argentino, que chegou a ser noticiado na imprensa daquele país - inclusive pela Radio Nacional -, traz um mapeamento da quantidade de casos registrados no Brasil até o início de outubro, destacando Pernambuco, e recomenda a vacinação de crianças de 13 meses a cinco anos e adultos de até 50 anos pelo menos 10 dias antes da data da viagem. O Ministério da Saúde ponderou que existe uma recomendação permanente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para que estrangeiros tomem a vacina tríplice viral antes de virem ao Brasil.


O primeiro caso do ano foi notificado em 19 de março. O pico de confirmações foi em maio, com 12. Entre setembro e outubro, os números diminuíram e desde 16 de outubro nenhum caso foi notificado. Entretanto, 22 seguem em investigação.  


Dos 104 casos confirmados em Pernambuco, 76 ocorreram na área da I Gerência Regional de Saúde, que compreende a RMR e parte da Zona da Mata. Nas últimas oito semanas, dos 19 municípios que apresentaram confirmações, três voltaram a notificar pacientes: Sirinhaém, Escada e Cabo.

A doença

- O sarampo é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus paramyxovirus. A transmissão da doença ocorre através de secreções respiratórias como gotículas expelidas ao tossir, falar ou respirar

- O período de incubação da doença é de 10 dias, a contar da data de exposição ao vírus até o aparecimento da febre, e 14 dias para o surgimento das manchas

Os sintomas

- Febre acima de 38,5°
- Tosse
- Coriza
- Dor de cabeça
- Mal-estar
- Conjuntivite
- Manchas brancas na mucosa bucal
- Manchas na região da cabeça, tronco e membros

Alerta: a ocorrência de febre, por mais de 3 dias, após o aparecimento das manchas, pode indicar complicações que vão desde infecções respiratórias e otites a doenças neurológicas e diarreicas

Prevenção

A principal forma de prevenção do sarampo é através
da vacina tríplice viral (disponível gratuitamente
nos postos de saúde)

Calendário de vacinação

Primeira dose da vacina: 12 meses (em Pernambuco, foi antecipada para os 6 meses)
A segunda dose: 15 meses
Crianças e adolescentes dos 10 aos 19 anos: duas doses
Adultos dos 20 aos 39 anos: uma dose

 

Secretaria muda estratégia

A Secretaria de Saúde garante que vêm conseguindo controlar a infecção por sarampo no estado. Desde o lançamento da campanha de intensificação de imunização, 140 mil doses foram distribuídas e outras 10.442 vacinas foram dadas em ações de “bloqueio” (em regiões com alto índice e pessoas diretamente ligadas aos enfermos). Segundo o Ministério da Saúde, foi enviado um reforço de 390.240 doses extras da vacina tríplice viral ao estado neste ano. A secretaria também alterou a estratégia de vacinação, reduzindo para seis meses a idade inicial da primeira dose, que anteriormente era de 12 meses.

 

A recomendação é de que qualquer pessoa até os 39 anos que não seja vacinada tome doses da tríplice, respeitando o calendário de vacinação do Ministério da Saúde. Na rede pública, a dose é distribuída gratuitamente. Na rede privada, custa em média R$ 50.


Os sintomas da doença são febre, tosses e conjuntivite. Os especialistas alertam que a enfermidade pode gerar complicações respiratórias e neurológicas em crianças menores de um ano e desnutridas, podendo levar à morte. “O sarampo pode ser transmitido até dois dias antes do surgimento dos sintomas e quatro dias depois do aparecimento das manchas no corpo”, alertou a pediatra do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Nara Vasconcelos Cavalcanti. Segundo ela, uma maneira simples de distinguir o sarampo de outras doenças é atentar para a conjuntivite e as manchas. 

 

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