Em meio à expectativa para a Copa do Mundo que se aproxima, a preocupação com a dengue atinge não só os brasileiros, mas também os turistas que vão chegar ao país para acompanhar o maior evento de futebol do mundo. Apesar de ter sido apontada como um dos destaques negativos do Brasil pela imprensa internacional, os riscos que a doença apresenta no período da Copa são pequenos. A afirmação é resultado de um estudo com pesquisadores nacionais e internacionais publicado na edição de maio da revista Memórias, do Instituto Oswaldo Cruz.
Na pesquisa, que está disponível gratuitamente online, especialistas calculam que o total de visitantes infectados será de 33 entre 600 mil turistas, em média. Um grupo de pesquisadores analisou estatísticas da doença nos meses de junho e julho dos últimos quatro anos e estimou que o número de casos, no cenário menos favorável, pode chegar a 59 entre 600 mil pessoas que vão visitar o país. O número é considerado baixo pelos padrões do Ministério da Saúde.
A pesquisa iniciou-se a partir de um artigo publicado na revista Nature no ano passado que afirmava que a dengue poderia ser um problema significativo durante a Copa. Na ocasião, o pesquisador Simon Hay, da Universidade de Oxford, afirma que a doença pode fazer centenas de vítimas. O jornalista responsável pela reportagem, Charlie Cooper, disse que, “assim como a Copa de 1990, na Itália, foi conhecida pela música ‘Nessun dorma‘, de Luciano Pavarotti, e a de 2010, na África do Sul, consagrou as vuvuzelas, a Copa do Mundo no Brasil pode ficar marcada como a copa da dengue”.
A análise do novo estudo foi realizada por pesquisadores da USP, Unifesp, Fiocruz, Ministério da Saúde e instituições da Inglaterra, Estados Unidos e Singapura. Entre os autores, estão o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, e o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho. Confira o artigo.